Em coletiva virtual realizada nesta quarta-feira (15/7), em Belo Horizonte, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, falou sobre a dinâmica apresentada pela curva de casos da covid-19 no estado.
Amaral voltou a explicar que o pico da doença é resultado de projeções baseadas em dados técnicos que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) obtém e avalia, além da análise da conjuntura epidêmica observada nos outros países. A partir dessa investigação, é possível projetar o momento de maior demanda por leitos na rede pública de saúde, quando o número de casos se torna mais elevado e assim se mantém por um período — o chamado platô.
“Hoje, 15 de julho, era uma das datas apontadas pelas projeções. Entretanto, o que se observa já há alguns dias é o registro de números aproximados relacionados à covid-19 em Minas. Dessa forma, o que está se configurando não seria um pico, mas possivelmente um platô, com número de casos mais elevados, o que pode perdurar por mais algum tempo”, detalhou o secretário.
Testagem
Amaral destacou ainda que a rede pública de Saúde segue um padrão de indicação de exames de covid-19 para grupos prioritários, a exemplo de profissionais da Saúde e da Segurança Pública em atividade e pessoas que residam no mesmo domicílio que estes profissionais, além de pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos.
O índice que mensura essa dinâmica, chamado positividade, varia diariamente, conforme os exames para covid-19 são realizados e os respectivos resultados são liberados
“Desde o início, mantemos o padrão de testagem e isso mostra como está aumentando a positividade dos casos no estado. No início, esse índice ainda era baixo, o que sugeria que nós tínhamos poucos casos da doença em circulação. Com a progressão da epidemia, observamos um aumento dessa taxa de positividade e, há algumas semanas, ela vem variando entre 30% e 35%. De maneira geral, isso significa que para cada suspeita de diagnóstico que o profissional de Saúde faça o teste, há 35% de chance de essa suspeita ser confirmada para covid-19”, esclarece Carlos Eduardo Amaral.
Também presente à coletiva, o secretário adjunto da SES-MG, Marcelo Cabral, falou sobre a interiorização da doença no estado. “Essa interiorização é uma característica da pandemia e já era esperada. Por isso, esse aspecto foi levado em consideração para o estabelecimento dos critérios tanto do plano Minas Consciente quanto do próprio plano de contingenciamento macrorregional”, destacou.
Imunidade de rebanho
Carlos Eduardo Amaral explicou ainda sobre a chamada imunidade de rebanho. “O que se entende por imunidade de rebanho em várias outras doenças é quando aproximadamente 60% ou 70% da sociedade já teve uma determinada doença, criando os anticorpos necessários para ficar imune. Dessa forma, teríamos uma queda na transmissão interpessoal da doença e, consequentemente, uma redução severa dos números de casos”.
Ainda segundo Amaral, apesar de a covid-19 ser uma doença nova, o mecanismo de contágio é o mesmo de outras infecções respiratórias, como a gripe. Dessa forma, a adoção e a manutenção dos cuidados gerais de prevenção a longo prazo – incluindo o uso de máscara e a lavagem constante das mãos -, é fundamental para o controle na transmissão do vírus.